JollyRoger 80´s

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domingo, 22 de agosto de 2010

Não é Poesia

Na pré-adolescência engordaria. Na adolescência, basicamente se revoltaria.
O vestibular odiaria e esperaria. Mal sabia o teste de paciência que seria.
Como Tieta, preferiu a Betty Faria.

Atrás do tempo perdido, ah sim! Ele correria.
O restante da leitura encorajaria. Apesar de confusa e tão possivelmente chata... como os clássicos da Historiografia.
Provocaria. Provocaria.

Menos interessante que fotografia. Facilmente trocada por pornografia.
Se eu perguntasse você responderia?
Dar um passo em falso você não ousaria.

Corre o risco de tornar-se memorabilia.
De surpresa, o velho ao novo acrescentaria.
E mais uma vez o que se julgava sólido se desmancharia.
Comporia um capítulo numa desconexa biografia.

Uma noite a mais de sexo já valeria.
Em sua boca jorraria e a Metalinguagem com um roçar de línguas se formaria.
E não é poesia.

Novamente após o adeus a saudade começaria.
De maneira nonsense se configuraria.
Da periferia fugiria, mas curiosamente pelo Caos se interessaria.
Na noite mergulharia e no dia nada(ria).

“Não é poesia!”, endossaria. E a metalinguagem novamente emergiria.
Em relacionamentos e sistemas complexos uma ordem oculta existiria?
Ele encontraria. Mas, se não encontrasse ninguém mais poderia.
No entanto, é humano. E por motivos fúteis duvidaria.

Dos pessimistas se afastaria.
Aos fanáticos de todos os tipos, um psicólogo recomendaria.
Nulo votaria. E das massas de manobra debocharia.
Celebridades, prostitutos da fama. Semi-ignorá-los tentaria.

Confusão mental e imbecilização não eram definitivamente algo que ele gostaria.
É uma zona de guerra e em legítima defesa, mataria.
Mesmo assim, constantemente riria.
E ria. E iria. E seria.

Por tudo que é criativo e autêntico se inspiraria.
E confundiria, esperaria, magoaria.
Talvez tivesse atitudes que nem sempre se orgulharia.
A lembrança, mesmo a mais saborosa, com o passar do tempo, fraca se tornaria.

Só ria. Não é poesia.
Passa, ria. Dança, ria. Come, ria. Compra, ria.
Transa, ria. Bebe, ria. Devora, ria. Cria, ria.
(...)

4 comentários:

  1. Roger!!!
    Sei que vc ñ curte muito, mas seu texto fez lembrar a música "Todos os verbos" de Zélia Duncan (linda música, aliás!)
    Qdo a ouvi pela 1ª vez, percebi que se tratava do maior anseio de todo mundo que é, acredito eu, poder ver chegar o dia de dizer com toda convicção "conjuguei muitos verbos na minha vida!". Endoideci pela música e desenbolsei R$35,00 pelo CD... com encarte de papelão (do jeitinho que vc abomina! rs).
    Continue conjugando todos os seus verbos por aí, escrevendo/postando/fotografando/photoshopeando/estagiando/dissertando/enrolando/"espalhando as novidades pela cidade". (Rogerundismo!)

    [Vc demora muito entre uma postagem e outra, aí fica cheio de Seath Brundle voando por aqui! ZzZzZ... Blé]

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  2. Mto bom esse... Nem precisa de mais palavras aqui... Ótimo mesmo*

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  3. De fato, não é poesia. Tá mais pra prosa poética. Muito legal o texto, especialmente as alusões à metalinguagem. Abração!

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  4. Não sabia, ou melhor, já suspeitava... és um poeta enrustido... um olhador incansável! Um tradutor inusitádo das confusões diárias que nos aparece derrepente! Uma mente pulsante... que admiro. Muito! Um pop'arteiro que me surpreende sempre!

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