JollyRoger 80´s

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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Kant stop the Music


Uma montagem engraçada que encontrei navegando na internet:



Quem Kanta seus males espanta. Kant comigo!


Leia também:

Immanuel Kant ‘’ Que é Esclarecimento?’’ (Aufklärung) parte 2



Immanuel Kant pensando a respeito da validade de uma lei salienta que o mais importante e primordial seria perceber se o povo se submeteria a essa lei. Talvez sim. Mas essa submissão se daria durante um certo prazo e a espera de uma lei melhor.


Acrescente-se a isso o fato de todo cidadão, enquanto sábio e principalmente os eclesiásticos o direito de fazer publicamente (através de obras escritas) reparações e melhoramentos. É proibido unificar-se em uma constituição religiosa fixa da qual não se pode duvidar, mesmo que pelo período de tempo equivalente à vida de um homem. Isso seria a aniquilação de um período de tempo da humanidade em sua marcha ao esclarecimento.  Um homem quando não tem dúvidas adia o esclarecimento.


Kant faz uso de uma série de metáforas para afirmar que negação do esclarecimento pelo homem configura-se numa negação de sua humanidade. Em assuntos que o povo não pôde decidir por si mesmo, o Monarca muito menos pode decidir por eles. Porque sua autonomia legislativa repousa em reunir a vontade geral na sua. Cuidando da ordem civil deve deixar que os súditos sejam livres em relação à salvação de suas almas.

É prejudicial à Majestade quando se ocupa de assuntos pequenos e principalmente quando se rebaixa e apóia o despotismo espiritual de alguns tiranos em seu Estado. O filósofo alemão não considerava sua época esclarecida, mas uma época de esclarecimento. Em mais uma de suas declarações isentas de eufemismos ressaltou que ainda faltava muito para que os homens fossem capazes de fazer uso satisfatório de seu próprio entendimento em se tratando de questões religiosas. E sem serem guiados por outrem. 

O autor tem certeza de que os homens se desprendem por si mesmos e de maneira progressiva de seu estado de selvageria quando não há a intenção de conservá-los nesse estado. Immanuel Kant ressaltou que deu preferência em acentuar em matéria religiosa o ponto principal do esclarecimento, pelo fato de que nas artes e nas ciências os senhores não tem interesse em manter a tutela sobre seus súditos.

E também a menoridade em relação à religião é a mais prejudicial e desonrosa. Acrescente-se a isso o fato de que, somente um esclarecido, que não tem medo de sombras e detém um grande e organizado exército pode dizer o que não é lícito a um Estado livre ousar.  "Raciocinai tanto quanto quiserdes e sobre qualquer coisa que quiserdes: apenas obedecei!". 

Chama atenção para a curiosa ironia da marcha das coisas humanas, onde quase tudo é paradoxal. Parece interessante um povo ter um grau de liberdade civil maior vantajoso para sua liberdade de espírito, mas essa mesma liberdade cria outros tipos de limites intransponíveis. No entanto, um grau menor da primeira acaba dando margem para expansões ainda maiores.


Por tudo isso, se a natureza possibilitou ao homem o desenvolvimento de seu pensamento livre, este atua sobre o modo de sentir do povo. O povo age cada vez mais de acordo com sua liberdade.  E também termina por atuar sobre os próprios governos, sobre seus princípios. Estes, de maneira conveniente a seus interesses, acabam por tratar o homem (agora mais do simples máquina) de acordo com sua dignidade.



* Parte integrante do trabalho " Immanuel Kant ‘’ Que é Esclarecimento?’’ (Aufklärung)" apresentado na disciplina – Seminário Especial de História Política II. UERJ



Immanuel Kant "Que é Esclarecimento?" (Aufklärung)


               O Homem é o culpado de sua menoridade.


Kant é taxativo nessa afirmação. A sua menoridade consiste em sua incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O Esclarecimento (Aufklärung) é a única saída para essa menoridade, cuja causa está na falta de coragem e decisão do homem de servir-se a si mesmo sem obviamente, a direção de outros. 

O lema do esclarecimento é usufruir-se de seu próprio entendimento das coisas. Mesmo libertados pela natureza de um estranho destino permanecem menores devido à preguiça e a covardia. Estas mesmas causas são as que fazem com que os homens se submetam à tutores. Kant numa frase, no mínimo incômoda, salienta que é muito cômodo ser menor. 






















Pensar é muito cansativo. Pra que pensar se podemos pagar? Para grande parte das pessoas é mais conveniente ter alguém que forneça o caminho das pedras, seja um médico, um conselheiro espiritual ou um professor. Essas pessoas consideram a chegada da maioridade algo complicado. Kant ressalta um aspecto meio que tirano dos tutores ao afirmar que estes limitam e amedrontam, na medida que mostram o quanto é perigoso andar sozinho. Metaforicamente, compara as pessoas à gado domesticado, dando um peso ainda mais agressivo às suas ideias.

Esse é o processo que torna o homem incapaz de tomar maiores decisões. O perigo não é tão assombroso como foi anunciado. Tentando, o homem conseguiria após alguns e necessários tombos. Mas, não é preciso muito para que este torne-se um tímido, covarde e desista. O temor é tão grande que a ideia de tentativas futuras é inexistente. 


Por tudo isso, é complicado para esse homem se desvencilhar da menoridade. Esta já se naturalizou em seu âmago. Como se separar de algo que já se tem amor incondicional? Nesse estado o homem já está impossibilitado de fazer uso de seu próprio entendimento. Não lhe foi permitido essa opção. Os preceitos e fórmulas, instrumentos mecânicos do uso racional seriam os grilhões da menoridade imortal. Kant é pessimista ou talvez realista quando afirma que foram poucos os que conseguiram transformar seu próprio espírito, emergir da menoridade e empreender uma marcha segura. 


No entanto, acha perfeitamente possível e até mesmo inevitável que, um público se esclareça se lhe for concedido essa liberdade. Porque sempre existem indivíduos detentores de pensamento próprio, mesmo tutores da grande massa. Estes poderão incentivar os outros a pensarem por si mesmos. 



"Uma Revolução poderá talvez realizar a queda do despotismo pessoal ou da opressão ávida de lucros ou de domínios, porém nunca produzirá a verdadeira reforma do modo de pensar. Apenas novos preconceitos, assim como os velhos, servirão como cintas para conduzir a grande massa destituída de pensamento".

Para o esclarecimento (Aufklärung) nada se exige além de liberdade. E o uso da Razão em toda e qualquer questão é a mais inofensiva forma de liberdade. Kant se espanta ao constatar que por toda parte há a limitação da liberdade de pensamento e pergunta: "Que limitação, porém, impede o esclarecimento?" e "Qual não o impede e ate mesmo o favorece?"


O uso público, ele responde, de sua razão deve ser sempre livre e somente ele pode realizar seu esclarecimento entre os homens. Já o uso privado, pode vir a ser muitas vezes limitado, mas não impossibilita o progresso do Aufklärung.  Afirma que entende por uso público, como sendo aquele que um homem sábio faz uso perante um grande público de letrados. E por uso privado aquele que o sábio faz de sua razão em algum cargo público ou em qualquer outra função que lhe fora confiada. 

No entanto, em se tratando de certas profissões exercidas no pleno interesse da comunidade, Kant afirma que seria necessário um certo tipo de mecanismo que fizesse com que muitos membros desta se mantivessem num estado de passividade, para serem conduzidos pelo Governo em prol de finalidades públicas. 



Nesses casos não seria permitido raciocinar, somente obedecer. O sistema não funcionaria se tudo fosse questionado há todo momento. Por exemplo, se um oficial se pusesse a refletir sobre a validade de uma ordem recém chegada de seu superior. Ele antes de mais nada precisa obedecer. E isso não o impede de se questionar a respeito dos erros do serviço militar ou até mesmo de expor suas conclusões ao público.  Dentre outros exemplos possíveis, fala do cidadão que não deve recusar pagar seus impostos, mas que pode expor seu descontentamento com essas obrigações. 

E também o Sacerdote, que se encontra obrigado a fazer sermão para os discípulos de total acordo com o credo de sua Igreja. E mesmo ele tem o direito enquanto sábio de expor suas teorias, seus desacordos, com o intuito de melhorar a instituição. Porque o que ele prega não pode estar em desacordo com o que a Igreja acredita. O Sacerdote não é livre para ensinar da maneira que achar melhor. Já um professor empregado, na medida em que, ocupa um cargo público, faz da sua razão um uso privado.


A natureza humana, para kant, se inclina sempre para o avanço. "Uma época não pode se aliar e conjurar para colocar a seguinte em um estado em que se torne impossível para esta ampliar seus conhecimentos (particularmente os mais imediatos), purificar-se dos erros e avançar mais no caminho do esclarecimento (Aufklärung)".



* Parte integrante do trabalho " Immanuel Kant ‘’ Que é Esclarecimento?’’ (Aufklärung)" apresentado na disciplina – Seminário Especial de História Política II. UERJ

*Imagens do filme "O Incrível Homem que encolheu" (The Incredible Shrinking Man, 1957)de Jack Arnold.

Nelson Rodrigues



(Texto de Marcos Agostinho, Ascom/MinC)

Funarte abrirá exposição que relembra momentos da vida e carreira do grande dramaturgo brasileiro

O dramaturgo, jornalista e escritor Nelson Rodrigues completaria em 2012, cem anos de idade. Mas ele nos deixou há 32 anos e nos legou além de histórias ricas, registradas em seus livros, fatos e imagens de uma vida intensa. 

Para comemorar a data, a Fundação Nacional de Artes (Funarte), instituição vinculada ao Ministério da Cultura, abrirá a partir de 31 de janeiro, a exposição Nelson Brasil Rodrigues – 100 anos do Anjo Pornográfico – com um acervo de fotos, textos e objetos pessoais que revelarão ao visitante um pouco mais da vida e da obra do escritor teatral.

A exposição será instalada na sala Aloísio de Magalhães do teatro Glauce Rocha (Avenida Rio Branco, centro, Rio de Janeiro).

O acervo da exposição, cedido pelo Centro de Documentação da Funarte (Cedoc), é formado por textos do próprio autor, de diretores de teatro, matérias de jornal, programas das peças, críticas, desde a sua estreia no teatro com A Mulher Sem Pecado até A Serpente, sua última peça. 

Fotografias da época estarão em painéis deslizantes que levarão os visitantes a um passeio pelo que o próprio Nelson Rodrigues chamou de “O Teatro Desagradável”: as peças Psicológicas, as Míticas, chegando às Tragédias Cariocas.

Nelson Falcão Rodrigues foi um importante dramaturgo, jornalista e escritor brasileiro, tido como o mais influente dramaturgo do Brasil. Nascido em Recife, Pernambuco, no ano de 1912, mudou-se em 1916 para a cidade do Rio de Janeiro. Com apenas 13 anos começou sua carreira de jornalista, trabalhando no jornal A Manhã, de propriedade de seu pai Mário Rodrigues.

Foi repórter policial durante longos anos, de onde acumulou uma vasta experiência para escrever suas peças a respeito da sociedade. Sua primeira peça foi A Mulher sem Pecado, que lhe deu os primeiros sinais de prestígio dentro do cenário teatral. O sucesso mesmo veio com Vestido de Noiva, que trazia, em matéria de teatro, uma renovação nunca vista em nossos palcos.

A consagração se seguiria com vários outros sucessos, transformando-o no grande representante da literatura teatral do seu tempo, apesar de suas peças serem taxadas muitas vezes como obscenas e imorais. Em 1962, começou a escrever crônicas esportivas, deixando transparecer toda a sua paixão por futebol. Faleceu em 1980, no Rio de Janeiro.

Fonte: http://www.cultura.gov.br/site/2012/01/27/100-anos-de-nelson-rodrigues/



Abaixo, algumas das melhores frases de Nelson Rodrigues.

"Não há nada mais relapso do que a memória. Atrevo-me mesmo a dizer que a memória é uma vigarista, uma emérita falsificadora de fatos e de figuras."

"Qualquer indivíduo é mais importante do que a Via Láctea."

"O ser humano é cego para os próprios defeitos. Jamais um vilão do cinema mudo proclamou-se vilão. Nem o idiota se diz idiota. Os defeitos existem dentro de nós, ativos e militantes, mas inconfessos. Nunca vi um sujeito vir à boca de cena e anunciar, de testa erguida: 'Senhoras e senhores, eu sou um canalha'."

"Toda mulher bonita leva em si, como uma lesão da alma, o ressentimento. É uma ressentida contra si mesma."


"O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da imaturidade."

"Assim como há uma rua Voluntários da Pátria, podia haver uma outra que se chamasse, inversamente, rua Traidores da Pátria."


"Só acredito nas pessoas que ainda se ruborizam."


"Toda unanimidade é burra."


"Toda mulher gosta de apanhar."


"O brasileiro não está preparado para ser "o maior do mundo" em coisa nenhuma. Ser "o maior do mundo" em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade."


"O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda."


"Amar é ser fiel a quem nos trai".


"Todas as mulheres deviam ter catorze anos"

: )


Fonte: http://pt.wikiquote.org/wiki/Nelson_Rodrigues

Leia também.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Hino Nacional brasileiro


Campanha Mudança do Hino Nacional Brasileiro por clássicos do Pop/Rock Nacional


Tendo em vista que o Hino Nacional, apesar de ser uma grande canção, encontra-se cada vez mais em total falta de sintonia com a realidade da Nação, proponho uma radical substituição do tema de nossa Pátria Mãe Gentil por algo mais apropriado com a atual situação.

Candidatos:

1. Legião Urbana_ Perfeição



2. Ira!_ Dias de Luta



3. Engenheiros do Hawaii_ 3° do Plural



4. Gabriel O Pensador_ Até quando?



5. Ultraje a Rigor_ Inútil




O que acham da ideia?
Em breve mais candidatos.

(...)

Leia também! às margens do Ipiranga.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Play it LOud! parte I


Diretamente do perfil do Orkut: Com os relacionamentos anteriores aprendi a Apreciar ainda mais o MEU gosto musical.






Já conhece o esquema não é? Se quiser aventure-se em outras leituras clicando nos links de textos abaixo.

Programação politicamente incorreta





Interesses profissionais: Influência Global e Entretenimento


Clique nos links abaixo.

Mundo Imundo


O Mundo é imundo desde que o Mundo é mundo.


*Imagem retirada de: http://universodosviajantes.com/?attachment_id=1026


*Imagem retirada de: http://ambientalsustentavel.org/2011/debate-sobre-lixo-discute-pros-e-contras-do-politica-nacional-de-residuos-solidos/


Limpe-se.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Produção em série


Theodor Adorno foi um dos grandes pensadores da chamada Escola de Frankfurt, uma das principais correntes de pensamento crítico sobre a comunicação, os meios e seu aspecto alienante. Teve origem em um instituto de pesquisas na Alemanha em 1923.

Criaram o conceito de "Indústria Cultural", uma fábrica de cultura baseada na repetição.

Inteligentemente radical, Adorno considerava o indivíduo como um ser passivo em relação às mensagens dos meios. Theodor Adorno na obra "Dialética do Esclarecimento" salienta que a técnica da Indústria Cultural levava à padronização e produção em série.


Para ele, a cultura contemporânea conferia à tudo um ar de semelhança.

(...)





Para Adorno, o cinema e o rádio não precisariam mais se apresentar como arte, pois sendo um negócio eles utilizariam essa verdade como ideologia para legitimar o “lixo” produzido. Pois é.

"Eles (os monopólios culturais) têm que se apressar em dar razão aos verdadeiros donos do poder, para que sua esfera na sociedade de massas (...)  não seja submetida a uma série de expurgos"



Leitura em série:

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

TV Brasileira: Bueiro Aberto

Tenho uma relação dúbia com os idiotas.

O desprezo vem acompanhado de um pouco de inveja sadia de sua felicidade e capacidade de adaptação, da qual me alimento um pouco.


Alienação pode ser uma benção. Alienação pode ser a solução.

Nos alienarmos um pouco de tudo isso é essencial para saúde.

Façamos um breve resumo da TV Lixo Brasileira:

Paradoxos Culturais nos anos 80:



Paradoxos Culturais nos anos 90:



Aula de Dança para as crianças. Percebam a expressão ainda inocente e abobada dos baixinhos enquanto as ''dançarinas'' esfregam a genitália na garrafa. O resultado disso estamos vivenciando agora, pois 20 anos de funk e axé provocaram muitas coisas, além do atrofiamento de cérebros. 

No Brasil, a pedofilia e a sexualização precoce de crianças é um fenômeno cultural. E a mídia em geral fornece todos os incentivos para a dita prática. Essa é uma questão muito polêmica.

Red Tube? A TV brasileira sempre transmitiu soft porn em horário nobre. 

Huck, o animador do Caldeirão de futilidades  seguiu a cartilha de sucesso no seu período pré-Rede Globo. O interessante é que ninguém se questiona como esse playboy hipócrita conseguiu um programa na televisão. Procurem se informar sobre todas as facilidades conseguidas desde seu nascimento e suas ligações vantajosas com políticos e demais figuras importantes.

(...)



Tiazinhas e Feiticeiras, Loiras e Morenas do Tcham foram modelos de sucesso para jovens de todas as idades.

As crianças de agora tem outras representantes como modelos de sucesso: Popozudas, Mulheres Frutas, Panicats, ex-garotas de programa, as Sisters dos reality-shows... O que não falta são "formadoras de opinião" para se espelhar.

A tendência é a constante superação. Os "artistas" de hoje sempre alcançam um nível mais baixo que os do passado. 
Suspeito que as criaturas mais medíocres do país já nascem com um microfone enfiado na boca. Ou em outro lugar, pois como diz o ditado: "O buraco é mais embaixo".



Deus abençõe a Rede Record. 



 O que me incomoda é a hipocrisia e a tendência de considerar qualquer bunda arreganhada como arte.

Bem, assim como o reality show da concorrente, "A Fazenda", o BBB (Big Brother Brasil) consiste em encher uma casa de animais. Enquanto isso milhões de telespectadores os observam sentindo-se verdadeiros cientistas sociais. 

Todas as noites nossas mentes também são violentadas. Reitero que 99% das pessoas que assistem o programa nunca devem ter ouvido falar no livro "1984" de George Orwell.



São todos vítimas. 

Proteja-se! 
Troque de canal.
Não participe.

É tudo tão fake e caricato. A suposta vida real é tão artificial que todos os escândalos e polêmicas podem na verdade, ser mentiras produzidas com propósitos bem definidos. Reiterando, a vida real no reality show apresenta os mesmos valores da sociedade telespectadora. Afinal o público se identifica bastante com os espécimes encarcerados. O que é falso são as atitudes, tramas e acontecimentos apresentados no freak show.

A Escola de Frankfurt é uma importante fonte de estudos e representa uma das principais correntes de pensamento crítico sobre a comunicação, os meios e seu aspecto alienante. Teve origem em um instituto de pesquisas na Alemanha em 1923. Criaram o conceito de "Indústria Cultural", uma fábrica de cultura baseada na repetição. 

Theodor Adorno, um de seus principais teóricos enxergava o indivíduo como um ser passivo em relação às mensagens dos meios de comunicação. Junto com Max Horkheimer na obra "Dialética do Esclarecimento" salienta que a técnica da Indústria Cultural levava à padronização e produção em série, sacrificando desse modo o que fazia a diferenciação entre a lógica da obra e a do sistema social.

Adorno acreditava que a cultura contemporânea conferia à tudo um ar de semelhança. Um sistema único seria constituído pelo rádio, pelo cinema e pelas revistas. O poder absoluto do capital é o adversário do indivíduo e sob o poder do monopólio toda cultura de massa seria idêntica. 

Para Adorno o cinema e o rádio não precisariam mais se apresentar como arte, pois sendo um negócio eles utilizariam essa verdade como ideologia para legitimar o "lixo" produzido. Essa é uma questão crucial para entender o contexto contemporâneo da "Manufatura Cultural" nacional. Não sei se podemos considerar o que temos aqui como Indústria Cultural tendo em vista tanto atraso e amadorismo estético intelectual. 

O curioso (e revoltante) é que, mesmo sendo totalmente comerciais e desprovidos de substância e identidade, os produtos da TV nacional, seus ídolos medíocres e os fenômenos culturais são apresentados e vendidos como Arte no sentido mais puro. Na maioria dos casos não são. A Indústria Cultural brasileira lança no mercado as pessoas mais medíocres deixando de lado quem pode ser chamado verdadeiramente de artista. 





Os produtos nacionais estão imbuídos de toda uma singularidade peculiar brasileira que é o sincretismo. Aqui todos são tudo e nada ao mesmo tempo. Somos brancos e negros, senhores e escravos, santas e putas, ricos e pobres. E comercialmente falando isso é deveras vantajoso no sentido de que um mesmo produto pode ser usado de diversas maneiras em diferentes contextos.  Por exemplo, uma "modelo e atriz" pode começar sua carreira posando nua em ensaios eróticos e logo depois apresentar programas infantis. E vice-versa! O paradoxo é regra número 1.







Chega a ser engraçado.



E uma Escola se formou. O que não faltam são educadoras. Afinal, educação é a base para o sucesso.  Os "artistas" transitam com muita facilidade de um meio para outro. As identidades culturais estão disponíveis também no mercado.






Retomando Theodor Adorno, a racionalidade técnica seria a da dominação, pura e simples. "Ela é o caráter compulsivo da sociedade alienada em si mesma". Adorno salientou que a tendência social se encarnaria nas intenções particulares de grupos poderosos (indústrias siderúrgica, petrolífera, energética, química e bancos). 

Os monopólios culturais são fracos e dependentes em relação aos poderosos da Indústria. E tem que dar razão justamente à esses poderosos grupos. Como exemplo para caracterizar toda essa esfera, tem-se a dependência da sociedade radiofônica em face da indústria elétrica e a do cinema em relação aos Bancos.

Então, grupos poderosos decidem os produtos a serem consumidos, veiculados. 
Eles sabem o que o público deseja? 
Ou respondem aos anseios de consumidores vorazes? 












Vale ressaltar que o problema não são os meios de comunicação. Mas sim os usos que se fazem dos mesmos. Portanto, a televisão não é a vilã, mas sim a criatura. Culpemos o Criador. Mas por hora, Faça uma Revolução! Desligue a Televisão.


Favela na moda




"Eu só quero é ser feliz!
Morar eternamente na favela onde eu nasci. É!
E poder me conformar e ter a consciência de que o pobre sabe seu lugar"



Afronta de Natal Global

Por motivos óbvios assisto pouca televisão.
Somente agora tive o prazer de assistir à vinheta de Natal 2011 da Rede Globo.

Dessa vez eles inovaram colocando os mais famosos megamilionários da TV brincando de serem pobres! Mas a piada acaba rápido e todos terminam cantando juntos, felizes, vestidos de branco em alusão ao pó mais puro cheirado durante todo o ano que passou.
Feliz Natal.

É tudo tão brega e ridículo.
E começa com esse Luciano Huck, a figura mais caricata e cretina da tv saindo sorridente de um táxi. E por aí vai... Todos muito ricos e influentes na vida real bancando assalariados normais felizes e satisfeitos.
É apenas mais um afronta. Eles riem de todos nós.

E o que querem dizer é: Sonhem nos assistindo.
Vejam como nós realizamos (aparentemente) os nossos sonhos.
Façam dos nossos os seus sonhos!
Corram atrás, mas não troquem de canal.




Todos os animais estão sofrendo

Nas últimas semanas tivemos mais um exemplo do fenômeno atual da rapidez da comunicação.



Milhares de pessoas compartilhando fotos em redes sociais (Facebook para ser mais específico) da enfermeira que matou o cãozinho da raça Yorkshire. Algumas manifestações de defesa do animal eram acompanhadas de acaloradas mensagens de ódio para com a agressora. Ou melhor, assassina.

Tem gente que espanca mulheres.



Incendeia mendigos (ou índios) adormecidos por diversão.





Atropela famílias dirigindo alcoolizado.





Desvia verbas públicas provocando "indiretamente" a morte de milhares.



E sexualiza crianças através de programas na televisão.





Não estou diminuindo os atos dessa surtada, mas pensem a respeito.

Concordo que uma atitude não diminuiu a outra! Mas, tudo depende do contexto e o que está em questão é a maldade do ato. Uma coisa é matar um (ou milhares) boi(s) para se alimentar. Outra é espancar descontroladamente um animal por diversão. De todo modo, acho errado qualquer tipo de matança indiscriminada de animais. Sejam de cães, golfinhos ou homens. Todos os animais do planeta estão sofrendo.



Existem estudos inclusive que comprovam que nos filmes as cenas com animais são as que causam maior comoção. O cineasta norte-americano Michael Moore ( Tiros em Columbine e Fahrenheit 11 de setembro) escreveu que em um de seus filmes (Roger & eu) foi apresentada uma cena em que uma mulher matava um coelhinho branco para vender a carne. E em outra cena ele mostrava um homem negro sendo morto pela polícia.

Adivinhem qual cena chocou mais os espectadores?



Reitero que não estou simplificando os atos da mulher. Na minha opinião ela está com problemas. Deve se tratar. O caso deve ser analisado para se descobrir as razões do surto. Com o advento da internet, da velocidade dos meios de comunicação todos os acontecimentos se transformam em imagens. Os atos imagens, portanto devem ser analisados com muito cuidado.

Infelizmente, daqui a duas semanas outra situação aterrorizante será divulgada e novas manifestações alarmantes serão compartilhadas.

O cachorro é um animal que age por instinto. O homem é um animal que, teoricamente dotado da razão consegue "anular" alguns de seus instintos primitivos. Dependendo dos motivos de como um animal for morto o homem deve ser punido. A vida em sociedade exige a assinatura de um contrato. Algumas liberdades são cerceadas para um bem comum.

O fenômeno midiático da última semana "Enfermeira que matou o Yorkshire" vai durar até quando?
Entendo que o ato da enfermeira foi chocante assim como tantos outros cometidos contra outros animais e humanos.

Presidentes bombardeiam cidades ao redor do mundo incinerando milhares de crianças, jovens e velhos e ninguém se pronuncia. Ou melhor, essas questões não parecem tirar o sono de ninguém. Pelo contrário, vão assistir Capitão América no cinema em 3D.



Todas essas questões devem ser julgadas. Eu não vi mobilização semelhante pedindo a cabeça do tal goleiro Bruno do Flamengo. E ele, seus comparsas e seus cachorros, teoricamente mataram uma mulher.

Muitos justificaram o ato de violência afirmando que ela era uma prostituta que estava chantageando o jogador. E se fosse mesmo uma garota de programa então não merecia ser defendida? Logo no Brasil em que as prostitutas são as artistas mais adoradas e que ocupam mais espaço na mídia?

Somos ou estamos apáticos com as matanças rotineiras?


Ficheiro: Assassinos do índio Galdino Pataxó.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Assasinos_do_Indio_Galdino_Patax%C3%B3.jpg