JollyRoger 80´s

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terça-feira, 28 de julho de 2015

Leandro Karnal "Hamlet é o anti-facebook"




Trecho do Café Filosófico ¨Hamlet de Shakespeare e o mundo como palco¨, Com Leandro Karnal, abril de 2015.
           
  

Ótima introdução ao video postada pelo dono do canal:

“Hamlet é o anti-Facebook. Ele não só não é feliz como não faz questão de parecer feliz. Hamlet é melancólico. Tem uma consciência brutal. E quem tem consciência brutal não sorri nem compartilha sua vida medíocre o tempo todo”, disse o historiador durante o Café Filosófico CPFL “Hamlet de Shakespeare e o mundo como palco”

Para o palestrante, o mundo de artificialidades postado diariamente no Facebook é um mundo destituído de consciência. Um mundo que não se conhece e se nega a envelhecer. “As dores que nós inventamos – familiares, financeiras – é o disfarce de uma dor maior. Uma dor não falada. Quando as pessoas começarão a ser e deixarão de não ser?”, questiona.

O estoicismo de Hamlet, disse Karnal, é o estoicismo de quem se conhece e não se ofende. “A consciência moderna nos leva ao grande mal da humanidade: a solidão estrutural. A modernidade nos trouxe a diversidade política e religiosa. Como não tenho amigos, tenho 3.000 no ‘Face’. 

Como não tenho nada interessante para mostrar, eu fotografo tudo. Isso é sinal não de um Narciso fraco, mas um Narciso que não ouve ninguém. A solidão individual a dois ou a três é a norma de todas as pessoas.”

Segundo o historiador, somos cada vez mais solitários porque temos cada vez mais dificuldade em estabelecer algo orgânico e significativo com o mundo. Na peça de Shakespeare, o príncipe se questiona o tempo todo. 

Hamlet pergunta à caveira diante da morte inevitável: “quem eu sou de verdade? Quem sou eu que preciso estar presente em tantos personagens? Por que preciso que tanta gente me veja?”. 

A pergunta se estende à plateia: o que somos de verdade com ou sem o apoio da igreja, da família e de outras instituições para as quais estamos sempre cumprindo papéis? “Se a família te apoiar ou te criticar, você continuará sozinho”, diz Karnal.

Para o historiador, a fala reflexiva de Hamlet desapareceu no mundo contemporâneo. “Quando penso no que estou dizendo, digo menos, porque é mais significativo. O restaurante por quilo é uma maravilha. Mas restringiu todos os alimentos ao mesmo sabor.

Quando não tenho sabor nas coisas que eu vivo e faço, eu multiplico as coisas que vivo e faço. Eu não suporto ficar em casa comigo mesmo. Por isso preciso viajar o tempo todo. Prefiro o caos do aeroporto ao silêncio de casa.”

Essa ausência de consciência, segundo ele, é observada diante do medo de encarar a morte como um caminho inevitável. “A sabedoria é a preparação para dar sentido à vida de quem morre. 

A vida, sem a morte, seria insuportável. Como não aceitamos o envelhecimento, criamos crianças que devem viver uma infância cada vez mais longa e protegida. Mas é bom dizer às crianças que elas precisam deixar de ser crianças.”

Para fugir deste encontro, no entanto, as pessoas seguem encenando. Preferem se sentir vigiadas a se sentirem sozinhas. Preferem a crítica ao abandono. “Quem eu seria se eu estivesse absolutamente só no mundo? Resposta: seremos solitários com outros solitários.”

“Quanto mais escrevo ‘KKK’ no Facebook, mais estou triste. Preciso que o mundo ‘curta’ a vida que acho insuportável. Da mesma forma, precisamos de hospício para imaginar que, estando fora, não somos loucos.”

Para Karnal, o que Hamlet nos diz é: só interpretamos cenas, etiquetas e formalidades porque não aguentamos saber que todos fazem parte de um teatro. Hamlet, lembrou o palestrante, não governou seu reino. Ele foi o primeiro homem livre. O primeiro homem moderno. E pagou um preço altíssimo por isso.

“Tente descobrir vagamente quem você é. Você não será feliz. Mas sua consciência o impedirá a ser vazio. E você não precisará postar o tempo todo na internet.”

Segundo o palestrante, vivemos hoje um momento de pura burrice argumentativa. “A nossa capacidade de ouvir está muito baixa. Quando não quero ouvir, a solução é a guerra civil. Há quem defenda: ‘vamos dividir o país’. A primeira condição da política é o diálogo. O seu ódio do outro é o seu medo de si. O diálogo nos humaniza.”

Leandro Karnal em Provocações com Antônio Abujamra

                              

"Quem odeia mais no Brasil?"

Provocações 57 com Lobão, exibido em 30/09/2001

                             

Antes de começar a andar em más companhias.

"Guerra de Canudos" de Sergio Rezende

                 





segunda-feira, 27 de julho de 2015

Chico Anysio no programa Roda Viva em 1993

                             

"Eu não dou a menor importância para que os jornalistas dizem (...) Os jornalistas só falam mal de mim, mas acontece uma coisa, eu sempre disse isso, eles passaram anos dizendo que eu era gênio e eu tive a genialidade de não levar isso a sério. Não é agora que me chamam de idiota que eu vou cometer a idiotice de acreditar. Então..."

terça-feira, 21 de julho de 2015

"Por que a arte moderna é tão ruim?" por Robert Florczak

                   

A música brasileira de qualidade está no underground (e no YouTube)



A massificação extrema da música realizada nos últimos anos faz com que os artistas do passado fiquem quase que desconhecidos do público atual e ao mesmo tempo relega os do presente ao ambiente underground. 

Existem atualmente vários artistas e bandas brasileiras que fazem um som fantástico e autêntico. Infelizmente, junto com a mídia canibal capitalista, os jovens cientistas sociais são propagadores de um discurso dito social, que enaltece ainda mais a música comercial, padronizada, imbecilizante e de qualidade questionável.

Em se tratando do Brasil, a internet possibilita o conhecimento de grandes obras de um passado não tão distante, ao mesmo tempo que torna possível o descobrimento de talentos que estão por todo o país. Mesmo com material disponível fica praticamente impossível disputar com ''celebridades'' escolhidas por grupos poderosos do entretenimento industrial. 

Sempre foi um escolha lucrativa e confortável investir em ''artistas'' produtos, pessoas medíocres que produzem material vendável e inofensivo. Lembrando que inofensivo à estrutura social, mas não aos neurônios.

Não precisamos apenas ouvir música ''antiga'', mas prestar mais atenção em coisas que são produzidas com a alma e que toquem de verdade o coração. Não podemos consumir sem nenhum senso crítico e sensibilidade o que nos é empurrado goela abaixo. Não deixe que devorem seu cérebro e destruam sua alma.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Jurassic World: Como os cientistas controlavam a reprodução dos dinossauros no parque?




Assisti duas vezes o Jurassic World e continuo querendo saber como os cientistas controlavam a reprodução dos dinossauros no parque. Isso é explicado no filme  original (Jurassic Park). Os engenheiros genéticos criaram todos os dinos fêmeas, mas os dinossauros inesperadamente começaram a se reproduzir. Eles completaram as sequências de DNA dos dinos com as cadeias de uma rã africana, que em situações específicas, tinha a capacidade de mudar de sexo.

O personagem Ian Malcolm, um matemático especialista na Teoria do Caos, afirmou desde o começo que o parque estava destinado ao fracasso, pois era impossível para o homem controlar a natureza, pois ''A vida encontra um meio''.  Seria impossível para o homem prever e controlar todas as variáveis inesperadas que surgem em um sistema complexo.

Mas nesse novo filme, não houve explicação para como eles impedem que os animais se reproduzam. Entendo que o filme não precisa esclarecer tudo e que é interessante para o público, tirar suas próprias conclusões sobre alguns aspectos da trama. Mas nesse caso, senti falta de uma informação sobre. A cada filme as discussões em torno da ética na ciência foram ficando mais diluídas. No entanto, essa é uma das questões principais do livro e do primeiro filme.



Sting If I Ever Lose My Faith In You



You could say I lost my faith
in science and progress
You could say I lost my belief in the holy church
You could say I lost my sense of direction
You could say all of this and worse but

If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do

Some would say I was a lost man
in a lost world
You could say I lost my faith in the people on TV
You could say I lost my belief
in our politicians
They all seemed like game show hosts to me

If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do

I could be lost inside their lies
Without a trace
But everytime I close my eyes
I see your face

Never saw no miracle of science
That didn't go from a blessing to a curse
Never saw no military solution
That didn't end up as something worse but
Let me say this first

If I ever lose my faith in you
(If I ever lose my faith in you)
There'd be nothing left for me to do
(There'd be nothing left for me to do)

If I ever lose my faith
If I ever lose my faith
If I ever lose my faith
If I ever lose my faith... in you



Bezerra da Silva - É ladrão que não acaba mais


"É ladrão que não acaba mais! Tem ladrão que não acaba mais! 
Você vê ladrão quando olha pra frente. Você vê ladrão quando olha pra trás"





Propaganda do Suco Tang "Jaime!"




"Jaime! 
Sim, senhora?
O menino está com sede e não temos laranja.
Mas ele vai adorar o Tang sabor laranja (...) Ele não merece."



Um clássico.



O pessimista mais otimista


Sou o pessimista mais otimista que conheço. E quero mesmo acreditar que o facebook colorido em comemoração pelo casamento gay nos Estados Unidos (sendo que no Brasil já era permitido há tempos) tenha representando o que a maioria das pessoas pensa. Espero que a maioria não concorde em se ajoelhar e deixar que pretensos líderes megalomaníacos controlem suas vidas.

Há muito tempo escrevo criticando, tentando chamar atenção para os abusos de cretinos que se veem no direito de controlar os rumos da sociedade. Algumas dessas pessoas se organizaram em diversos grupos e começaram a espalhar sua palavra preconceituosa e suas verdades absolutas nos antigos cinemas de rua e em poucos anos tomaram os horários da TV aberta, compraram redes de televisão, jornais, revistas. 

Construíram seus templos e fortalezas. Agora também são peças na complexa engrenagem da política. Seus tentáculos se fazem presentes em parcerias com o crime organizado, com milicianos, traficantes. Resumindo, é a Espada afiada cortando em nome da Cruz. Quanto mais poder alcançam mais alto gritam, mais violência e discórdia propagam em uma sociedade já tão diversificada e desunida. E senhas do cartão, perfumes celestiais e gladiadores do altar não serão o bastante. 

No entanto, prefiro ainda acreditar que o facebook colorido não representa uma bolha. Espero que a repulsa às palavras de ódio, preconceito sejam as palavras de ordem da vez. Exemplos são necessários, mas não culto à líderes! Respeito sim, mas não fé cega e obediência. Todo grupo poderoso tem a necessidade de estabelecer inimigos para propagar seus ideais.

O mal deve ser cortado pela raiz. Não fique de braços cruzados porque não demora muito para que a sua boca seja fechada. Sempre haverá uma bota pronta pra pisar no seu rosto. Não deixe que livros justifiquem a pisada da bota.Não gosto de líderes. Exemplos são necessários, mas não culto à "líderes"! Respeito sim, mas não fé cega, obediência, ostentação e perseguição.

Antonio Carlos Jobim - Terra Brasilis (1980)

         O álbum duplo Terra Brasilis é impressionante. Ouça!
              



Disco 1

Dreamer (Vivo sonhando) (Tom Jobim)
Canta mais (Tom Jobim/Vinicius de Moraes)
Olha Maria (Amparo) (Chico Buarque/Vinicius de Moraes)
Samba de uma nota só (Newton Mendonça/Tom Jobim)
Dindi (Tom Jobim/Aloysio de Oliveira)
Quiet nights (Corcovado) (Tom Jobim)
Marina Del Rey
Off key (Desafinado) (Newton Mendonça/Tom Jobim)
Você vai ver (Ana Jobim/Tom Jobim)
Estrada do Sol (Dolores Duran/Tom Jobim)

Disco 2

Garota de Ipanema (Tom Jobim/Vinicius de Moraes)
Chovendo na Roseira (Tom Jobim)
Triste (Tom Jobim)
Wave (Tom Jobim)
Se todos fossem iguais a você (Tom Jobim/Vinicius de Moraes)
Falando de amor (Tom Jobim)
Two kites (Thighs in the skies)
Modinha (Tom Jobim/Vinicius de Moraes)
Sabiá (Chico Buarque/Tom Jobim)
Estrada branca (Tom Jobim/Vinicius de Moraes)

Músicas de Antonio Carlos Jobim

Arranjos e regência: Claus Ogerman
Produção: Aloysio de Oliveira
Desenho da capa: Paulo Jobim
No detalhe: tatuetê, tatu-verdadeiro, tatu-galinha.



Link para ouvir completo no YOUTUBE: